PEPcast

[Barbara Viana]:
Olá, eu sou a Babi e esse é o PEPcast, o podcast que transforma a sua experiência profissional e te leva ao próximo nível. Então vem dar um "play" na sua carreira com a gente.

Eu sou responsável pelas áreas de marca empregadora e cultura aqui na PepsiCo, e no episódio de hoje eu vou conversar com um profissional incrível, que tem mais de 25 anos de companhia, ou seja, aqui na PepsiCo, e tem trilhado uma carreira brilhante, uma carreira internacional. O nosso convidado é o Ricardo Maldonado, que é vice-presidente de Bebidas. Maldonado, seja super bem-vindo, obrigada mais uma vez por aceitar o nosso convite, eu espero que você curta essa experiência de estar aqui com a gente no PEPcast.

[Ricardo Maldonado]:
Muito obrigado. Na verdade, fico feliz aqui, de compartilhar a minha experiência com vocês.

[Barbara Viana]:
E bora lá!

Maldonado, são mais de 25 anos de carreira, só na PepsiCo, é difícil até a gente saber por onde começar, né? Então, vamos pelo começo, que acho que fica mais fácil. A sua vida não começou no Brasil, certo? Eu sei que você é do Peru, né, então conta pra gente quais foram os principais pontos da sua jornada pessoal que te trouxeram até aqui como vice-presidente.

[Ricardo Maldonado]:
Ótima pergunta e verdade, sim, 25 anos é muito tempo, mas a PepsiCo tem a particularidade de uma empresa onde você pode ser o que você quiser. Eu comecei praticamente de estagiário lá, faz 25 anos, e eu tive múltiplas funções, mas eu acho que a curiosidade, tentar aprender, conhecer outras experiências, outras culturas, diferentes formas de fazer negócios, de crescer, de aprender, foi a minha principal motivação, né? Além disso, conhecer novas pessoas, culturas, eu acho que a vantagem é quando você tem essa clareza de curiosidade, de querer aprender mais da vida, do mundo, a PepsiCo é uma superempresa para você conseguir isso.

[Barbara Viana]:
Sua trajetória está muito ligada às áreas de "marketing", vendas e negócios. Esses foram assuntos que te interessaram desde sempre, Maldonado?

[Ricardo Maldonado]:
Eu acho que essa é uma pergunta muito interessante, porque, na verdade, eu tinha clareza neste momento que gostava de "marketing" e foi a minha primeira função, mas no tempo, na verdade, eu entendi que aprender de "marketing" sem conhecer de vendas, não fecha. Então eu pedi para meu chefe, nesse tempo, além da minha labor: "marketing", comecei a trabalhar em vendas e um ano depois, quando eu tinha ainda mais curiosidade, comecei a trabalhar em finanças, não necessariamente como função principal, mas algumas atividades.

Então eu acho que essa curiosidade de novo, de tentar aprender, e o principal motor para eu ter começado em "marketing", mas conhecer diferentes funções e entender que, ao final das contas, os negócios e ter a possibilidade de liderar um negócio, você tem que aprender de diferentes funções, né? Eu acho, de novo, que só com a PepsiCo... tem uma, permite muito... e a capacidade de aprender, de errar, ninguém perfeito na vida, mas eu acho que, também, ter pessoas que têm essa motivação real de te ensinar, ver você crescer. Eu acho que é uma vantagem que eu tive na minha vida, muito importante.

[Barbara Viana]:
E como que era esse mercado quando você começou a pensar em uma profissão? E quais as principais evoluções que você observou até hoje?

[Ricardo Maldonado]:
Eu comecei em 1997 e, lá no Peru, digital não existia. O telefone era do tamanho de um tijolo, então acho que muitas coisas mudaram, né? Mas a essência das marcas, o foco no consumidor, o foco no nosso cliente, os valores da marca, os valores da companhia, são essas coisas que não mudam. A vantagem é que a gente, a empresa, a companhia, as pessoas, se adaptam às mudanças das características do mercado.

A característica das pessoas, os costumes, eu acho que tudo isso ajudou, ajuda muito, a nós aprender, de novo, como a abertura para errar, às vezes, mas muda muito. No meu caso, eu acho que, além da mudança digital, que para mim é, é lógico, uma mudança gigante, eu acho também que é a mudança dos clientes, né? Nesse tempo você tinha só algumas redes de supermercados, hoje tem e-commerce, hoje tem redes muito maiores, tem uma granularidade de lojas gigantes, com características diferentes. Então mudou muita coisa, a tecnologia dos produtos, os concorrentes, mas, ainda quando tudo isso pode soar como muito complexo, na verdade é uma motivação, porque você aprende todos os dias, todos os dias você entende que o que você sabia no dia anterior, não necessariamente aplica hoje e, além disso, eu vou te falar outra coisa que mudou muito: é o jeito de liderança, né? Faz muito tempo, era muito mais verticalizado.

Hoje, o meu estilo pessoal, o jeito que a gente trabalha aqui, a gente não tem níveis, aqui não existem níveis. E acho muito bacana porque, às vezes, uma acredita que as ideias têm que ser de cima para baixo, mas, mais ainda, com total humildade, que eu não conheço muito de digital, comparado com muitos caras que saíram da faculdade recentemente. É muito melhor eles ensinarem a gente o que nós temos que fazer, né? E ter esse ambiente de zero níveis facilita muito essa comunicação.

[Barbara Viana]:
E lá, Maldonado, no comecinho da sua carreira, você imaginava que um dia você teria um cargo de gestão Internacional e até que você viria para cá, morar no Brasil?

[Ricardo Maldonado]:
Na verdade, é... eu sempre tive a curiosidade, sempre tive interesse de continuar crescendo, aprendendo, não necessariamente, especificamente, morar aqui no Brasil, mas, na verdade, eu acho que no momento que um tem essa mentalidade de aprender, ao momento que uma pessoa é flexível, né? Se vai adaptando aqui no Brasil, seja... eu moro também na República Dominicana, Porto Rico, Peru, trabalhei com outros países, mas essa motivação pessoal, para mim, sempre tive esse interesse de morar fora do meu país para conhecer outras culturas, mas pela parte pessoal, e graças a Deus deu certo para combinar a parte profissional também. Mas eu me sinto abençoado, na verdade, porque, além do Brasil ser um país maravilhoso, as pessoas maravilhosas, eu também acho que, como pessoa, como família, a gente cresceu muito também.

[Barbara Viana]:
A partir de que momento da vida você começou a pensar em uma carreira para além das fronteiras do seu país?

[Ricardo Maldonado]:
Na verdade, sempre tive a curiosidade de morar fora, mas quando você vem de um país pequeno, Peru, um país pequeno comparado com o Brasil, por exemplo, eu acho que esse interesse de conhecer outras culturas, conhecer outras experiências... eu acho que, no início da minha carreira, sempre tive essa motivação. E, justamente, ainda nesse momento, você conseguir ver todos os aprendizados, as iniciativas ou o desenvolvimentos dos diferentes países, né? Justamente essa exposição a diferentes jeitos de fazer as coisas, eu acho que eu tinha essa curiosidade para aprender deles, e quando eu tive a oportunidade de ter contato, realmente estiver muito motivado para conhecer muito mais.

E o bom é que a PepsiCo é uma empresa onde se você consegue definir, lógico, tem que dar muito de você, tem que se esforçar, tem que trabalhar, tem que participar, mas se você consegue fazer isso, as oportunidades que você tem são ilimitadas. E se você tem na sua conversa com o seu gerente, seu gestor, a motivação de ir para outro país para aprender, para ter outra experiência de vida, é possível. É meu caso. Não tenho que contar nenhuma história de alguém mais. Foi o meu caso e graças a Deus eu consegui ter essas movimentações que, de novo, me ajudaram a ser, eu acho, um melhor profissional, mas também uma melhor pessoa.

[Barbara Viana]:
Nossa, que legal, Maldonado, que legal te escutar. Você passou por muitos países da América Latina, como você acabou de comentar. Ainda que a gente tenha aí muitas semelhanças entre o Brasil e outros países da América do Sul, por exemplo, também há diversas diferenças culturais, tanto na vida cotidiana, como na forma de fazer negócios, enfim. Me conta um pouquinho, né? Quais as principais semelhanças e diferenças que você observou nos países onde você morou, trabalhou e tudo mais?

[Ricardo Maldonado]:
Eu acho que o princípio é que todo mundo tem muitas coisas em comum, né? Eu acho que tem características não essenciais, certo, que diferenciam o jeito de fazer negócios em diferentes países, mas a essência de gerar valor, a essência de fazer sempre as coisas do jeito certo, com toda a ética do mundo, a essência de gerar uma parceria no longo prazo, esses são princípios que são, que você consegue ver em todos os mercados, né?

A gente trabalha, tem muitos parceiros ainda, a gente tem muitos parceiros em diferentes países e a gente sempre vê essas características principais. Lógico, tem velocidades distintas, formas distintas de se comunicar, tem jeito distintos de negociar, que eu acho também muito bacana, porque as negociações são parte do dia a dia, acho que dê nossa vida, né? E no momento que você realmente tem essa capacidade de entender, indiferentemente se são da República Dominicana, Chile, Colômbia, Peru ou Estados Unidos.

Eu acho que, se você consegue entender como você gera valor nas pessoas, você consegue conectar com todos eles, e eu acho que é muito bonito, porque no final das contas, a sua pergunta foi, quais são as diferenças? Eu vejo muito mais semelhanças, muito mais coisas iguais nos nossos mercados e são só aditivos, são só coisas além da essência que mudam, e mais eu consigo entender essas diferenças e identificar elas.

[Barbara Viana]:
Nossa, Maldonado, e isso que você falou faz super sentido, né? No fim do dia, nós somos seres humanos. Claro, a gente tem aquilo que nos diferencia, as nossas habilidades, as nossas histórias, e isso nos torna único, né? Ou única. E aí, me conta um pouco, né? Quais habilidades que você desenvolveu a partir do convívio com essas diferenças?

[Ricardo Maldonado]:
A principal é fechar a boca. Às vezes as pessoas gostam muito de falar, mas no momento que você vai para essas diferentes culturas, países, cidades, eu acho que o mais bonito é escutar. É escutar, porque nesse momento você consegue entender quais são as reais motivações, quais são as diferenças com você, as coisas semelhantes que tem com sua forma de pensar, né? Mas eu acho que, primeiro, é escutar, segundo, humildade, que vai totalmente conectado.

Eu acho que um tem que entender que está indo para aprender, não para forçar as coisas, e acho que essas duas não só ajudam você para aprender, mas também para conectar com as pessoas. As empresas, eu sempre falo para o meu time, as empresas, até mesmo a PepsiCo, ela está feita por pessoas. Somos todas pessoas que têm os mesmos objetivos, os mesmo desejos, as mesmas motivações. No momento que você consegue conectar seja país A, B, C, seja a função X, Y, Z, no momento que consegue conectar com as pessoas, entender como você gera valor para elas, elas geram valor para você.

Esse é o momento onde você consegue desenvolver um relacionamento que, ao final das contas, é chave para todo mundo caminhar a esse mesmo endereço, e esse endereço, esse direcionamento é também importante, porque no caminho vai ter que coisa positiva e vai ter coisas não tão positivas. Agora, o fato de saber que temos que chegar todos juntos, ressalto a palavra "juntos", até lá, como melhores profissionais, pessoas gerando valor para o nosso consumidor e para nossa sociedade, esse é o principal. E eu acho que essas características de ter trabalhado e de ter a oportunidade de viver lá me ajudaram muito na capacidade de gerar essas principais coisas: humildade e capacidade para escutar.

[Barbara Viana]:
Quando você entrou na PepsiCo, Maldonado, o mundo era outro, né? A indústria de "snacks", bebidas, também era outra, as tecnologias eram outras, conta pra gente aqui como você chegou até a PepsiCo? O que que você fazia lá no início e como você foi conquistando essas novas posições?

[Ricardo Maldonado]:
Quando entrei na PepsiCo, o meu principal trabalho era de "marketing", como eu te falei, mas não era parte glamorosa, né? O meu trabalho era digitar. Eu tinha um computador nesse tempo, que era uma tartaruga comparado com o que a gente tem hoje, e minha função era, entre outras, era fazer análises, né? Mas, nesse tempo, eu recebia livros de números, com as participações de mercado, e tinha que inserir, sei lá, cinco mil números no computador para calcular um só, e demorava. Se o meu chefe perguntava para mim, "Ricardo, eu gostaria ter esse tipo de resultado, essa análise", eram 36 horas trabalhando sem parar para conseguir um número, coisas que hoje você faz só apertando um botão, né, mas isso mudou muito, né? E era frustrante também porque você errava um número e tinha que realizar tudo de novo, mas eu acho que, quando...

Agora explico para o meu time isso, o que a vantagem, e eu tento sempre ver o copo cheio, o não positivo foi que eu aprendi muito de números. Então provavelmente demorava muito nesse tempo, mas qualquer pessoa me perguntava "Ricardo, qual é o número de, sei lá, participação do mercado nessa região", eu já sabia, porque estava todo dia com esses números. Então era difícil, mas todo trabalho tem uma vantagem, todo depende da atitude que você tem para enfrentar a vida. Se você vê o corpo meio cheio, você vai ter, vai sentir abençoado de ter essa experiência, ainda quando for difícil. Mas ele é, ele tem vantagens, ele dá paciência, tirar "analytics", tirar a capacidade de entender.

Se você tem uma atitude diferente, provavelmente você não vai capturar o bom das coisas, e todas as coisas têm um lado bom, né? Nesse tempo, por exemplo, outra diferença fundamental, nesse tempo era vidro retornável. Todas as garrafas eram de vidro retornável. Agora estão voltando pela discussão de sustentabilidade, que eu acho chave para a PepsiCo, também muito importante, mas nesse tempo tudo era vidro e era difícil porque era pesado, às vezes era perigoso e tinha um processo complexo. Os caminhões eram muito grandes para conseguir movimentar essa quantidade de vidro e o mundo era totalmente diferente.

Hoje temos uma diferença gigante em capacidades, em ofertas, em diferentes alternativas de embalagens. O plástico, nesse tempo, não existia. Não tinha uma garrafa descartável, não se tinha, não. Então eu acho que o mundo mudou muito, mas, de novo, o interessante é que os princípios de negócio ainda são os mesmos. Os princípios das marcas são os mesmos, um tem que se adaptar e esse meu principal aprendizado que é: muda as pessoas, muda a cultura, muda os "insights", mas o que não pode mudar é a sua capacidade de ter curiosidade, de gostar de aprender, de melhorar, porque isso faz, primeiro, melhor profissional, mas você mantém esse interesse e, depois de 25 anos, que todo mundo poderia falar "Ricardo, 25 anos, tenho preguiça de pensar nisso", eu curto todos os dias porque, na realidade, eu consigo aprender e comparar com o que eu aprendi no passado e vejo que tenho muito também para aprender e poderia estar 25 anos mais aqui nessa companhia.

[Barbara Viana]:
E aí, dentro disso, Maldonado, quais são os seus principais conselhos para quem está aqui conferindo o PEPcast e pensa em ter uma carreira internacional e um cargo de liderança dentro de um negócio inteiro. E aí, já emendando aqui uma outra pergunta: com a experiência que você tem hoje, quais dicas você daria para o Maldonado, de 30 anos atrás?

[Ricardo Maldonado]:
Eu acho que o primeiro é manter o interesse. Na verdade, eu acho que a vantagem é incrível, não só, de novo, profissionalmente, que eu acho que normalmente é uma motivação muito importante para pessoas, mas pessoalmente. Eu garanto para você que você vira uma pessoa muito melhor, por quê? Porque você aprende de outras culturas, de outros estilos, de outros pensamentos, né, outros costumes, e eu acho que você consegue entender que nem todo mundo é igual, mas todo mundo tem coisas positivas para compartilhar, para se desenvolver. E eu acho também que ter esse interesse de ter essa carreira internacional deve ser, pra mim, a gente, as pessoas têm que ter a mente aberta.

Às vezes aconteceu isso comigo que eu, partindo do Peru, provavelmente foi uma vantagem para mim. Lógico, eu olhava para Brasil e era um país muito maior. Eu olhava pra, sei lá, Colômbia, era um país semelhante, olhava para outros países normalmente maiores. Eu acho que o brasileiro tem que entender que, às vezes, tem opções de países menores que não necessariamente são os Estados Unidos, Europa, que, lógico, são do tamanho do Brasil. Mas esses países menores têm uma vantagem: no momento que você chega lá, em uma operação, mesmo que não for o mercado mais grande, ou do tamanho do Brasil, poderia comparar com um estado do Brasil, eventualmente, mas tem vantagens porque você consegue aprender e você vira a cabeça de um negócio menor, mas você vira cabeça, né? E ser a cabeça tem muitas implicações, porque lá você consegue liderar, consegue trabalhar, aprender, se criticar, autocriticar, mas em um negócio menor, e eu acho que, se eu tenho uma recomendação para todos vocês, é manter a mente aberta.

Todos os países trazem algo positivo. Não só pensemos em ter... "pessoal, vamos nesse país espetacular", não! Porque tem outros, que têm outras coisas para mim ainda melhores. Então esse balanço de ter essa carreira internacional, sempre apontando a países grandes, mas, no meio, ter essas experiências em países menores, com diferentes situações, eu acho que é espetacular, porque se você aprendeu uma coisa que, para mim, é chave, nesses países grandes você tem recursos, não tem vantagem maior do que aprender a fazer as coisas com poucos recursos.

Essa mentalidade faz toda a diferença e eu acho que a oportunidade de ter essas experiências em países menores conseguem desenvolver essa criatividade para você conseguir fazer as coisas com poucos recursos e no momento que, depois, você vai para um país maior, um negócio maior, você é o rei, porque sabe muito melhor de como administrar melhor as coisas e ainda pode usar parte do recurso que, na teoria, todos eles serão para a mesma coisa, para outras iniciativas, para outros negócios, para gerar novas empresas, e é isso que eu acho fundamental na carreira das pessoas.

[Barbara Viana]:
Do que você mais sente orgulho ao longo da sua jornada aqui na PepsiCo? Tem algum momento específico nesses 25 anos que te marcou, te emocionou? Me conta!

[Ricardo Maldonado]:
Eu te falaria que a principal coisa que eu tenho, guardo no meu coração, que foi, ao longo dos 25 anos, ver crescer as pessoas. Eu tenho 25 anos. Provavelmente, muitos de vocês, me chamaria, que eu sou um dinossauro na companhia, um cara antigo, mas eu ver pessoas que foram os meus estagiários, meus praticantes, virando gerentes-gerais de negócios da PepsiCo, trabalhando em funções grandes, eles se desenvolvendo, crescendo, e quando eu vejo eles se desenvolverem e trabalharem com as pessoas, não só na parte de negócio. Quando vejo eles tratarem as pessoas com respeito, quando eu vejo eles liderarem, por exemplo, isso é o meu maior orgulho, coisa que realmente movimenta o meu coração, porque acho que poucas pessoas vão lembrar se o negócio cresceu ou não cresceu.

Eu acho que o legado que a gente deixa no final é gerar um sorriso, né? Se falam o seu nome e gerou um sorriso, um sorriso porque lembram que era uma pessoa positiva, que sempre tinha a vontade de ajudar, que tinha sempre motivação de ensinar, essa principal motivação, esse é o meu principal orgulho, e espero continuar desse jeito o tempo que eu continuar aqui na PepsiCo.

[Barbara Viana]:
Aqui, na PepsiCo, a gente tem muito orgulho de muitas iniciativas e, particularmente, eu posso dizer que são muito especiais, tanto é que a gente costuma usar uma hashtag para isso que é #PepsiCoProud, que significa orgulho PepsiCo. Só no LinkedIn, essa hashtag tem mais de três mil seguidores e seguidoras, e, só para você ter uma ideia, na última semana teve gente compartilhando a #PepsiCoProud da Índia, Brasil, Colômbia, Inglaterra, Egito e vários outros países. E se você procurar por essa mesma hashtag no LinkedIn, você vai encontrar vários posts do Maldonado, que é o nosso vice-presidente de Bebidas, do Alex Carreteiro, que é o nosso presidente da divisão de alimentos aqui da PepiCo de colaboradores e colaboradoras da PepsiCo ao redor do mundo inteiro, é incrível.

E entre as ações que a gente tem muito orgulho de promover, estão os programas voltados à sustentabilidade, diversidade, equidade, inclusão, carreira, desenvolvimento, inovação, combate à insegurança alimentar e muito mais. Lá no nosso site, pepsico.com.br tem um montão de conteúdos e notícias sobre essas iniciativas

Maldonado, até fazendo um gancho com o que você acabou de comentar aqui no PEPcast, eu vi um post seu no LinkedIn, de mais ou menos uns cinco meses atrás, muito legal, com uma frase simples e, ao mesmo tempo, superimpactante. Você disse "Resultados espetaculares só se constroem com pessoas espetaculares", e aí essa frase, ela estava até ilustrada por uma foto, assim, com grande parte ali do seu time, em um bar, celebrando o sucesso. Ao longo da sua jornada, o que que você aprendeu sobre o ser humano e sobre liderança também?

[Ricardo Maldonado]:
O principal para mim é o exemplo. Às vezes nós teorizamos muito, achamos que temos que ter a terceira e quarta derivada dos comportamentos. É muito simples. Se você tem um tipo de comportamento, se você tem um tipo de hábito, todo mundo vê você todos os dias. E se todo mundo vê você todos os dias cumprimentando, e garantindo acesso para todo mundo, sorrindo, falando, exigindo, perguntando, mas esses comportamentos geram cultura e a cultura vira importantíssima, porque a gente está aqui, que esse tempo é realmente produtivo, mais você curte das pessoas, aprende, é chave, e pessoas espetaculares, para mim, são pessoas que ainda quando podem trabalhar muito, pode se esforçar muito, não perde o sorriso, não perdem a capacidade de falar, de expressar, se estão certas, se acham que você está certo. Não tem medo de falar o que eles pensam, mas sempre tem que manter o lado positivo. Construir, não destruir, e essa é uma função que a gente tem que garantir, porque a cultura, no final das contas, é gerada pelas pessoas.

Se as pessoas aceitam um comportamento não certo, são as pessoas que aceitam e convivem com ela. Agora, se eu não aceito e não concordo com um jeito errado, na minha opinião, eu vou lhe perguntar normal, mas somos nós que temos que garantir essa cultura, esse ambiente positivo. Mas quando você consegue isso, e tem pessoas trabalhadoras, curiosas, inteligentes, viram espetaculares, e isso é o que gera um negócio crescer e ter resultados espetaculares, como falei nesse post.

[Barbara Viana]:
E aqui no PEPcast, a gente tem pessoas que estão entrando na companhia ou que tem aí uma supercuriosidade de conhecer mais sobre a PepsiCo e, talvez, trabalhar com a gente. Na verdade, espero muito que sim. Acho que uma das coisas mais legais que a gente tem aqui são as múltiplas oportunidades de carreira, né? Então cada um tem a oportunidade de construir a sua própria história.

Quais são as habilidades, Maldonado, que você acredita que são as mais importantes para se ter uma carreira internacional de sucesso? E aí, já emendando aqui também, quais são os seus fatores de engajamento?

[Ricardo Maldonado]:
A gente, efetivamente, nós somos uma companhia que tem múltiplas marcas. Você conhece ela de bebidas, a Pepsi, H2O, Gatorade, mas também tem Quaker, Ruffles, Doritos, Lays e etc. aqui no Brasil, eu acho que tem multifunções, né? A gente pode olhar que nós temos o time de "marketing" que são, provavelmente, o mais conhecido, mas temos finanças, operações, agro, jurídicos, "compliance", tem um monte de funções, e o bom é que, às vezes, um pode entrar numa companhia e não saber se gosta do que está fazendo, independentemente da companhia. Mas, o fato de você ter oportunidade de olhar outras funções, de perguntar, de ter pessoas que tem esse gosto por ensinar, ajuda muito, porque nessa incertidumbre inicial, você pode aprender onde você quer estar e o que você quer ser. E eu acho importantíssimo ter essa possibilidade de perguntar. Depois disso, quando um está crescendo na companhia, tem que, lógico, identificar, ter uma conversa com o seu gestor para atender qual é o caminho que você quer continuar, e eu vi já muitas pessoas que viram um caminho no meio.

Eu sou um exemplo. Eu comecei uma função, mudei duas, três vezes, eu tive... eu te falei de vendas, mas eu tive em "revenue management", tive também trabalhando com supermercados, depois estive na República Dominicana, Porto Rico, aqui no Brasil, então eu acho que essa curiosidade, esse interesse, lógico, tem que estar acompanhado com conhecimento, não é só falar "eu gostaria de fazer isso". Eu tenho que demonstrar que realmente estou disposto a aprender, a me esforçar. Mas se você combina esse esforço com essa clareza das conversas, eu acho que tem oportunidades de que, de fato, é um modelo de crescimento da PepsiCo. E, se você está preparado, e acho uma palavra maravilhosa, porque preparado não é só saber o que você tem que saber, é ter curiosidade por aprender além. Porque se amanhã eu tenho uma oportunidade, provavelmente o conhecimento que eu tenho hoje é insuficiente, eu vou ter que aprender outra coisa, então estar preparado é a chave, e a PepsiCo tem um monte de fonte de informação, na "web" a gente tem um monte de cursos, de treinamentos, porque a preparação, junto com os resultados que o esforço diário que a gente faz somam, ao final das contas, à grande fortaleza, porque se tiver uma oportunidade amanhã você vai conseguir crescer.

Então esse modelo está baseado na curiosidade, na motivação de todos os dias aprender e ter essa atitude de crescimento de nossos negócios, de das pessoas. E, na base de tudo, é liderança, e a liderança... Às vezes um acredita que a liderança é quando o chefe fala... vou te falar uma coisa que para mim é chave: Nas organizações atuais não tem, não tem verticalidade. Às vezes, se você olha muito, tem como grupo se forma para fazer um trabalho e depois some, e muda para outro grupo. Então, não é o chefe. Liderança, hoje, é a sua capacidade de influir nas outras pessoas para, juntos, trabalharem e conseguirem um objetivo comum. Então, tiremos o conceito que líder é o chefe. Todos nós somos líderes. Agora a pergunta é: que tipo de líder você quer ser? E a preparação é fundamental.

Então, a liderança eu acho que, muito importante, mas é uma atitude baseada no seu conhecimento e na sua capacidade de interagir com outras pessoas, gerar valor para elas, garantir que eles entendam que você está trabalhando junto para conseguir um resultado comum, e eu acho que isso é uma... Essas são as dicas que eu daria para continuar crescendo, não só numa carreira internacional, mas também pode ser uma carreira local que virá e, depois, com uma oportunidade fora do Brasil.

[Barbara Viana]:
Maldonado, antes da gente ir embora, quero te convidar para participar aqui do nosso quadro Sabor do Conhecimento.

Aqui é um momento superlivre e aberto pra gente compartilhar coisas, histórias que nos inspiram, conteúdos, experiências que podem inspirar quem nos acompanha aqui no PEPcast. E aí, vale tudo: livro, série, filme, podcast, um perfil nas redes sociais, um hábito, uma experiência pessoal, presencial, enfim, qualquer coisa. E aí eu estou supercuriosa para saber o que que você trouxe aqui pra gente.

[Ricardo Maldonado]:
Uma experiência de vida.

[Barbara Viana]:
Super, Maldonado, com certeza acho supervalioso, inclusive.

[Ricardo Maldonado]:
Uma das coisas que eu tive, por isso te falo tanto de abençoado. Eu tive câncer quando eu cheguei aqui no Brasil, fui diagnosticado com câncer meio forte e, graças a Deus, por isso eu adoro o Brasil, entre outras coisas, porque graças aos médicos aqui eu tive a oportunidade de me curar, estou, estou graças a Deus bem. Mas, nesse processo, eu acho que você aprende com a vulnerabilidade da vida, né? E uma coisa que eu tentei, desde esse momento, incorporar na minha vida, curtir os dias.

Às vezes todo mundo está planejando que daqui um ano, dois anos, três meses... nesse momento, quando eu tive essa notícia, você acha que a vida pode acabar amanhã, né? E que provavelmente não tem tempo suficiente. E, graças a Deus, de novo, eu acho que aprendi a curtir mais os momentos, a pensar mais no momento. Também aprendi a importância da amabilidade, né, porque nesse momento você sente esse momento de vulnerabilidade... eu achei muito, muito bonito, eu senti um carinho do pessoal incrível, uma energia incrível, que ajudava muito nessa situação, porque uma situação difícil, era difícil para mim. Mas você entende, nesse momento, como a amabilidade é cumprimentar, perguntar de verdade, olhando aos olhos, é "como você está?" mostrando real interesse, faz toda a diferença.

A minha dica, e o que eu tento viver todos os dias, é realmente gerar valor para pessoas. E gerar valor não é uma coisa de "vou te trazer alguma coisa", gerar valor é perguntar como você está, é tentar tirar um sorriso da sua cara e tentar ver você um pouquinho mais feliz da conversa que eu tive, porque se você combina isso, se você tem isso na sua vida pessoal, você vai ter isso na sua vida profissional e isso tem um impacto gigante, porque, de novo, as companhias são feitas de pessoas. Se você gera esse ambiente positivo, de amabilidade, de capacidade de expressar o que você quiser, eu acho que é um ambiente maravilhoso e a pessoa se sente muito melhor. Minha dica, principalmente, é, pela experiência que eu tive, né? É ser amável, tentar ser sempre boa pessoa, ajudar e ter essa vontade real de ajudar.

[Barbara Viana]:
Maldonado, é incrível, obrigada por você tem encontrado aqui, inclusive, um espaço pra você compartilhar esse experiência que te transformou. Eu estou aqui supercomovida, emocionada e inspirada também. E aí, até a minha indicação vai ser nessa mesma linha, porque realmente, como eu falei, eu fiquei inspirada, e você foi falando, assim, e eu fui pensando, né? O que que eu faço no meu dia a dia, assim, para celebrar minha vida. E o que eu mais amo fazer é viajar, porque viajar te abre, assim, portas para experiências que vão mudar a sua vida, então conhecer novas pessoas, novas culturas, sem dúvidas esse é o meu "hobby", é o que eu mais amo fazer, eu já fui para vários lugares exóticos, por exemplo Tailândia, China, uma série aí de outros destinos e quero muito mais, porque eu realmente curto muito isso, coisas que eu faço por mim, como conhecer novos restaurantes, novas culinárias, isso é algo que eu amo, treinar, fazer exercícios físicos, leitura, aromaterapia eu amo também... enfim. E eu convido você, que tá conferindo o PEPcast, a refletir sobre isso também, o que que te faz bem? O que que te faz celebrar? Ser grato ou ser grata pela sua vida? Potencialize isso todos os dias, porque a nossa vida ela é uma só e a gente precisa viver intensamente.

E assim a gente fecha com chave de ouro mais um episódio do PEPcast. Maldonado, uau! Eu aprendi, assim, muito ao longo da nossa conversa. Tenho certeza que quem está aqui acompanhando o PEPcast saiu daqui com vários “insights”, vários aprendizados e muita inspiração, porque, de fato, a sua história é incrível. Ela é inspiradora. Eu estou saindo daqui, além de comovida, muito, muito, muito engajada, muito inspirada. Então obrigada, obrigada por você estar aqui, e obrigada por você aceitar o nosso convite, por compartilhar de novo a sua história e toda a sua carreira com a gente, e, aqui na PepsiCo, a gente quer brindar e comemorar muitas e muitas conquistas com você, cada vez mais.

[Ricardo Maldonado]:
Muito obrigado. Na verdade, é um prazer, e desculpa pelo meu portunhol, mas para mim é sempre um prazer compartilhar as experiências, tomara que seja interessante para vocês. Só terminar falando: atitude é a principal força que vocês têm. E, o melhor, que está na sua decisão.

[Barbara Viana]:
Perfeito, Maldonado! Se eu pudesse resumir aqui tudo o que você trouxe pra gente e trazer isso para as pessoas que estão aqui, escutando e conferindo o PEPcast, façam parcerias, alianças, né, com pessoas que vão te impulsionar a crescer. Tenham curiosidade sempre em aprender coisas novas, escutem uns aos outros, tenham humildade para aprender, para "errei, como que eu posso aprender com isso?", e fazer novamente, fazer diferente, e curtam todos os dias, todas as experiências que chegarem e sejam amáveis. Então, queria fazer essa amarração, Maldonado, porque você trouxe isso separadamente aqui em alguns momentos e foi incrível. Foi incrível todas essa habilidades que você trouxe, porque, com certeza, elas agregam muito para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

E, mais uma vez, eu te convido a seguir os nossos perfis nas redes sociais, se ainda não está seguindo. É PepsiCo no LinkedIn, e lá a gente tem, enfim, diversos conteúdos incríveis sobre a PepsiCo, também temos as nossas oportunidades, PepsiCo_br, no Instagram, e Pepsico Brasil nas demais redes. E, para saber sobre as oportunidades aqui na companhia, é só seguir o PepsiCo Jobs e, também, entrar no nosso site de carreiras que é PepsiCo Jobs também. É só jogar assim no Google que você já vai encontrar. E é isso, a gente se encontra no próximo episódio, na próxima temporada. Um superbeijo.