A Força dos Grupos de Afinidade

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[Barbara]
Olá, eu sou a Babi e esse é o PEPcast, o podcast que transforma a sua experiência profissional e te leva ao próximo. Então, vem dar um “play” na sua carreira com a gente.

Uma das coisas que mais me encanta aqui na PepsiCo é a nossa cultura e como a gente busca elevar o nível do talento e da diversidade aqui dentro todos os dias... Inclusive, é um dos nossos comportamentos aqui da PepsiCo. A gente procura, com isso, viver o respeito, a empatia e a inclusão na prática, e uma das maneiras de fazermos isso por meio dos nossos grupos de afinidade, que debatem temas ligados a raça, gênero, pessoas com deficiência, LGBTI+ e diferentes gerações também. Esse episódio é dedicado, então, à diversidade, equidade e inclusão e o quanto isso pode ser transformador em nossas vidas. De fato, um ativo essencial para nossa jornada pessoal e profissional, e, falando de PepsiCo, também um ativo superimportante para nossa estratégia de negócio, pep+.

Para isso, vou conversar aqui hoje com duas pessoas incríveis e muito especiais aqui para a organização, que é a Carol e o Rodolfo. Carol, que é engenheira química,
gerente de produtividade e líder do grupo Empodera. Oi, Carol!

[Carol]
Oi, Babi, tudo bem? Eu falei para você que eu ia falar: “Olá, ouvinte!”. Olá para todo mundo que está ouvindo a gente.

[Barbara]
Boa, Carol! Gosto dessa animação, gente. Eu amo começar o PEPcast assim. E aqui eu também vou receber o Rodolfo, que é químico industrial, gerente de manufatura e líder do grupo Negrow. Oi, Rodolfo, tudo bem?

[Rodolfo]
Superobrigado, Babi, pela oportunidade, uma oportunidade única de estar aqui com vocês, falando de um tema tão importante que é essa agenda, né? Diversidade, equidade e inclusão.

[Barbara]
Boa! Então vamos para as perguntas. Eu estou muito curiosa aqui para conversar com vocês, fazer várias perguntas, e eu vou começar aqui com a Carol. Carol, me conta um pouquinho da sua jornada profissional. Nos bastidores a gente conversou um pouquinho e você comentou e enfim, a gente está junto aí desde o começo, né, Carol? Te trouxe para a PepsiCo e você contou que tinha certeza que queria fazer um “trainee”, mas que não entraria em qualquer empresa, que você precisava ter essa conexão de propósito. E aí, é isso mesmo? Conta aqui para o pessoal também.

[Carol]
Essa é uma história legal, porque eu entrei na PepsiCo pelo programa de “trainee” que a PepsiCo tem e a Babi foi recrutadora, ela estava lá dando notícia para a gente. Então conheço a Babi desde que eu entrei de verdade. E quando eu fiz o processo seletivo, isso era um critério para eu considerar a empresa realmente para entrar. E por quê, né? Eu tinha tido uma experiência anterior em outra empresa, onde isso não era uma pauta. E aí a gente, quando vê as decisões que a empresa tomava, ou até mesmo o ambiente de trabalho, eu não me sentia incluída, eu sentia que eu não fazia parte da empresa e todas as decisões eram tomadas apenas de uma ótica. E aquilo começou a ser para mim um propósito mesmo. Tinha que ter essa pauta de diversidade, não só de mulheres, que era que me impactava, mas a pauta de diversidade, porque para mim era importante eu me sentir incluída, então eu acredito que para todas as pessoas isso é importante.

[Barbara]
Rodolfo, e me conta também um pouquinho da sua história, quais pontos da sua jornada pessoal e profissional foram fundamentais para você estar aqui hoje e se tornar uma liderança tão engajada com essa temática de diversidade, equidade e inclusão.
[Rodolfo]
Babi, a minha história é muito parecida com a história de muitas pessoas negras que eu conheço. Aquela história, né? Eu nasci e cresci na periferia de São Paulo. Fui super bem criado pelos meus pais, mas dentro das condições que eles poderiam oferecer. Então eu não tive instruções de como ingressar no ensino superior, quais as ferramentas que eu precisava ter para que pudesse ingressar numa empresa multinacional, porque minha mãe era uma faxineira, meu pai era soldador, ou seja, eles deram a base que eles tinham condições. E eu precisei buscar, eu precisei ser muito autônomo, precisei ter muita autonomia, precisei aprender, precisei cair e me levantar para que pudesse enxergar quais as possibilidades que eu tinha para, de fato, vencer da vida. Eu fui a primeira pessoa da minha família a ter um diploma de ensino superior e eu sempre senti os efeitos do racismo na minha vida... Eu nunca me senti representado em posições de liderança, nunca me senti representado em propagandas de TV, em propagandas de marketing, enfim, eu sabia que tinha algo errado, porque eu não me via onde eu gostaria de chegar.

Isso, como Rodolfo, pessoa, a vida pessoal, foi um elemento muito importante que eu trouxe aqui na empresa, né? Eu sei quais são as dificuldades de uma pessoa negra, tanto em ascensão pessoal ou em ascensão profissional. E eu hoje, como líder, eu trabalho em indústria há 16 anos e há 6 anos, pouco mais de 6 anos, eu ocupo a posição de liderança em organizações, então hoje eu tendo essa possibilidade de como líder, inspirar ou tentar construir pontes para outras pessoas iguais a mim também crescerem é o que mais me motiva nessa agenda. Eu tenho certeza que você passar por aquilo, ele te dá uma sensibilidade maior para entender que outras pessoas também passam por aquilo. E a gente, como líder... eu costumo falar que liderança é um presente. Então eu tenho esse presente na mão. Eu tenho essa oportunidade de, com a minha história, tentar contribuir para que outras pessoas, para que hajam outros Rodolfos aí pela vida também.

[Barbara]
Maravilha! Obrigada, Rodolfo, por essa superinspiração, obrigada, Carol, também, muito feliz de ter vocês aqui hoje, só vou reforçar de novo, porque realmente esse é um episódio muito especial. E aí, agora, gente, entrando aí, especificamente, em grupos de afinidade, eu queria conversar com vocês um pouquinho sobre isso, Carol, me conta aí, qual que é o principal objetivo de um grupo de afinidade? Tem alguma história, alguma coisa, assim, que você viveu no grupo Empodera que te marcou, assim, que você pode compartilhar aqui com a gente?

[Carol]
Começando com o principal objetivo. Quando a gente pensa na criação do grupo de afinidade, ele, na verdade, é uma parte da estratégia que a PepsiCo tem para a gente atingir as nossas metas de diversidade. Que no caso de mulheres, por exemplo, é a gente atingir a meta de 50% de liderança feminina até 2025. Vale dizer que a gente já está em 49,75%, super aí, quase perto da meta. Mas eu, pessoalmente, e quando eu converso com as pessoas do Empodera, a gente vê como principal objetivo o grupo de afinidade ser uma rede de apoio. É um grupo onde você vai ter um espaço, um ambiente seguro para você falar sobre o que você está passando e quando a gente fala de diversidade, por mais que a gente tenha evoluído muito, sempre tem alguma coisa para falar, porque não é como se a sociedade tivesse estruturada para que a gente já estivesse no igual. O problema é estrutural. Então, ao invés de estar excluindo o problema, a gente tem a tendência de varrer ele para debaixo do tapete. Então, ele vai ficando um pouco mais escondido, ele vai ficando um pouco mais sutil, mas as coisas ainda vão acontecendo no nosso dia a dia.

Então, esse ambiente seguro, onde as pessoas podem trazer, “olha, isso está acontecendo comigo”. E até mesmo se questionar, “será que é porque eu sou mulher que isso está acontecendo? E se não for, isso está me ofendendo, com quem eu falo sobre isso?”. Então, para mim, esse é principal papel. E aí, falando de histórias do Empodera que me marcam, desde que eu assumi a liderança do grupo, eu tenho feito uma conversa inicial com as pessoas que entram no grupo. Hoje, o Empodera é 90% feito por mulheres. O nosso grupo é de equidade de gênero, então a gente abre para todo o público, a gente tem ali um percentual de homens, mas a maioria de mulheres. E nessa primeira conversa que eu faço com as pessoas de “o que que te motivou a fazer parte do grupo?” é impressionante, Babi. Sempre vem... e aí eu estou falando sempre generalizando, mas eu vou trazer um percentual aqui, estatístico da minha cabeça, de que talvez seja ali os 90%, 99%, das mulheres que me trazem alguma situação de assédio ou algum comportamento de alguém criticando a vestimenta da pessoa ou como “ah, porque você se comporta fofo demais ou ríspido demais”, alguma característica que tem a ver com um viés inconsciente que a gente tem, como sociedade, em relação a mulheres.

[Barbara]
E isso na vida pessoal, você disse?

[Carol]
Na vida pessoal e às vezes até profissional, Babi.

[Barbara]
Nossa!

[Carol]
Essas histórias ainda acontecem... Porque, como eu disse, elas vão ficando mais veladas e por isso que é importante a gente falar. Nós mesmas, mulheres, às vezes a gente reproduz ou às vezes acontece e a pessoa não tem consciência de que aquilo está relacionado a uma raíz que é o machismo estrutural. Então por isso que é importante a gente estar sempre falando sobre o tema e trazendo as novas perspectivas.

[Barbara]
Rodolfo, eu vi e fiquei sabendo também, né, vi lá no seu LinkedIn que você participou da 6ª edição do prêmio “Sim à Igualdade Racial”, que reconhece e mapeia empresas, organizações que atuam em prol da igualdade racial no país. Como que foi essa experiência? Porque, nossa, que incrível, né? E como você se sente percebendo que hoje existem prêmios que reconhecem essa temática tão importante e reconhecem ambientes de trabalho tão inclusivos e respeitosos?

[Rodolfo]
Babi, realmente, “uau” e “incrível”, são as duas palavras que definem esse momento. Se você, assim, na verdade, todas as vezes em que eu paro para pensar naquela noite da premiação, eu me pego rindo, rindo de felicidade, mas, sabe, não aquela felicidade relativa que passa, mas aquela felicidade absoluta que me alimenta a seguir em frente, mesmo com todos os desafios que a gente tem nessa jornada, é uma felicidade que ela me traz um combustível para que a gente possa continuar. Então estar lá naquela premiação, ela passa um filme na minha cabeça, porque eu considero o Rodolfo não só como cidadão, mas eu considero também o Rodolfo como pretencente à raça negra. Então, todos os meus antepassados estavam comigo naquela celebração. Por quê? Porque o racismo, o Babi, ele faz parte da estrutura da sociedade brasileira.

Os nossos interesses econômicos, políticos, religiosos, os nossos valores, as nossas crenças, elas nasceram e se desenvolveram diante de um cenário de escravização que, no Brasil por sinal, durou cerca de 75 % da nossa história. Ou seja, por quase 400 anos, a nossa história foi pautada nesse sistema. Então, fazer parte de uma premiação que reconhece, que mapeia organizações que estão em prol dessa jornada antirracista é a certeza que a gente está no caminho certo, no caminho de reparação, no caminho de justiça, e mais do que isso, eu costumo falar que a jornada antirracista é um caminho sem volta, é uma jornada que não tem mais volta. Então, de fato, poder participar de uma premiação como essa é um combustível para que outras empresas, para que outras organizações também se inspirem e entrem conosco também nessa jornada antirracista.

[Barbara]
E aí, Rodolfo, eu quero fazer um gancho aqui porque a Carol trouxe a meta que a gente tem como PepsiCo, de mulheres na liderança até 2025. Vou trazer aqui um dado que a gente também tem uma meta de raça muito importante até 2025 , de termos aí 30% de pessoas negras em cargos de liderança também. E hoje a gente está em 25, né?

[Rodolfo]
Exato, 25%.

[Barbara]
Nossa, gente, que orgulho! A gente vai bater a meta antes... Eu tenho certeza, gente, antes mesmo do prazo, porque é uma jornada muito importante, né, Rodolfo?

[Rodolfo]
Com certeza. E eu tenho feito bastante “benchmark”, Babi, com outras organizações também, e com outras empresas, e todas as vezes em que a gente tem esse momento de troca, outras companhias ficam impressionadas com os avanços que a gente tem aqui na PepsiCo. Tem companhia que sequer tem movimentos como letramento racial, como a gente tem aqui, por exemplo. Sabemos, sim, que a jornada é longa, né, assim como a Carol mencionou, há ainda ainda muitos vieses inconscientes, né, em relação a essa jornada, só que a gente também precisa celebrar. A gente precisa celebrar esse sucesso e aquela noite foi uma noite de celebração e uma noite em que a gente saiu com uma responsabilidade de continuarmos com todo o trabalho que nós viemos fazendo aqui na organização.

[Barbara]
Carol, além de tudo que a gente já falou aqui, eu sei que os grupos de afinidade eles têm um impacto aí externo superimportante e um impacto interno também gigantesco. Como que você percebe essa transformação, essa agenda, impactando aí ambientes de trabalho numa empresa tão grande como a PepsiCo e, também, externamente, como que a gente impacta de dentro para fora?

[Carol]
Vou começar falando o que muita gente de fora me pergunta que é “ah, o grupo de afinidade é um monte de gente do RH que se reúne para falar sobre a política de diversidade” e na verdade não. O grupo de afinidade ele é feito por pessoas de todas as áreas. Então, quando a gente fala de impacto numa empresa, como você disse, grande como a PepsiCo, a gente precisa ter gente falando de diversidade e da importância do tema em todo cantinho, senão isso não vai chegar para toda nossa população. E aí, essas pessoas do grupo, elas já vêm com um propósito pessoal que faz com que elas se engagem para levar as ações para o seu dia a dia, e aí uma pessoa que leva a ação para um time, contagia o time todo, e essa pessoa que leva a ação para o time e contagia o time todo, ela e o time, quando estão em casa, também vão falar sobre o assunto. É aquela coisa, né, você terminou seu dia, vai comentar sobre o que aconteceu, “ah, porque hoje aconteceu isso numa reunião e tal”, com o seu companheiro, sua companheira ou com a pessoa com quem você mora, e acaba mencionando sobre alguma coisa de diversidade, sobre alguma discussão, sobre algum assunto desse tópico que te tocou e começa de uma reflexão que, quando a gente vê, é em cadei. Vai para fora, vai além do que a gente constrói aqui dentro da empresa.

E aí, falando de importância também do grupo para dentro da companhia. Eu vejo que com essa criação da rede segura, esse ambiente onde as pessoas podem falar e serem elas mesmas, a gente tem uma melhora do engajamento. A pessoa que está num grupo de afinidade, ela fica mais engajada, aquilo é quase como um combustível para ela, experiência própria, né? Eu sou uma pessoa que, nossa, vai falar do Empodera, é quase como, “ah, não, aí amanhã tem coisa do Empodera”, então você faz o seu trabalho até mais engajado. E te gera aquele sentimento que eu falei que é importante da pessoa ter, que é o sentimento de pertencimento. Eu me sinto parte da empresa, eu me sinto parte do grupo e isso me faz trabalhar mais feliz, me faz trabalhar melhor.

[Barbara]
Ai gente, que demais. Para quem está aqui curtindo o PEPcast já vou puxar aqui também para o meu lado de atração de talentos e já vender aqui. Olha essa baita oportunidade, pessoal, então, de entrar numa companhia, uma das maiores empresas de alimentos e bebidas do mundo e entrar para fazer a diferença, para se transformar, transformar a organização, transformar a comunidade, o planeta, por meio de ações tão importantes como ser parte de um grupo de afinidade, então incrível, incrível mesmo.

Rodolfo, fiquei sabendo que você também participou de uma mentoria reversa, nada mais, nada menos do que com o nosso CEO. É isso mesmo? Conta aí para a gente como foi isso na prática, como foi essa experiência, incrível isso também. Só estou falando incrível hoje aqui, porque é realmente incrível.

[Rodolfo]
Mas não é o mais incrível, Babi? A gente trabalhar numa organização... Eu, jamais na minha vida, achei que fosse mentorar um CEO, um CEO de uma organização. Tanto que, na primeira sessão com Alex, !Alex, eu não sei fazer, vamos aprender juntos”, e ele, com toda a sabedoria que ele tem, com todo o apoio genuíno que ele traz para essa agenda, ele conseguiu construir um ambiente seguro, onde, de fato, a gente falou exclusivamente sobre a jornada antirracista. Porque, normalmente, Babi, no processo de mentoria, a pessoa mais experiente, ela mentora aquela pessoa que é menos experiente, e ele deixou superaberto, eu me senti muito seguro e me conectar com o Alex sobre uma jornada tão importante.

E essa ação da mentoria reversa, ela se conecta muito com o nosso propósito de diversidade, equidade e inclusão, por vários motivos, mas eu citei dois, especialmente por dois motivos. Primeiro, porque nessa jornada antirracista todas as pessoas têm o seu lugar de fala, pessoas que se autodeclaram como negras, pessoas que não se autodeclaram como negras, todas as pessoas têm o espaço, lugar de fala nessa jornada antirracista, essa jornada é uma jornada que precisa ser de todas as pessoas. Pessoas não negras, elas não podem falar de racismo, porque elas não vivenciam, não sentem os efeitos dessa estrutura em suas vidas, só que elas podem falar sobre o racismo, elas podem entender como que o privilégio contribui para a manutenção do racismo, para a manutenção dessa estrutura e, dessa forma, essas pessoas também podem fazer parte da solução.

E o segundo motivo que se conecta com a nossa agenda, é porque a alta liderança, ela precisa estar envolvida nesse processo de concentração. Se somente a base, se somente ali a média liderança estiver envolvida nessa agenda, a estrutura racial ela se mantém, ela não se modifica. Então o Alex, um CEO, estar envolvido, fazer puxes em relação a essa agenda, ela é fundamental para que, de fato, a gente consiga desestruturar uma estrutura que está enraizada aqui na nossa sociedade brasileira por muito tempo.

[Barbara]
Bom, gente, se esse assunto se conecta intimamente com o seu propósito pessoal, profissional, você tem tudo a ver com a PepsiCo. Para saber mais sobre como a gente trabalha, o respeito, a empatia e a inclusão na prática, é só procurar ali na internet pep+ e acessar a nossa página aqui do Brasil. Lá a gente tem todas as iniciativas de cada um dos grupos de afinidade, o Negrow, Empodera, Podemos Mais, o Equal BR e o Geração Única. Lá você também tem acesso a todos os nossos programas de recrutamento, oportunidades e muito mais.

E aí agora eu tenho uma pergunta pra vocês dois, tá? A gente também tem outros grupos de afinidade, a gente tem cinco grupos ao todo e aqui a gente tá falando de dois grupos com duas temáticas diferentes, mas que têm muita conexão, né, gente? Então, assim, cada vez mais os grupos de afinidade, eles interagem entre si pra tratar dessas questões em comum, e também como essas linhas aí do patriarcado, do racismo e dos preconceitos muitas vezes se cruzam. Como que vocês têm vivenciado toda essa interseccionalidade dentro dos grupos, né? Então, assim, como que é essa relação entre vocês?

[Carol]
Eu brinco que a gente até queria fazer mais, né, Rô? A gente às vezes se fala, “nossa, a gente tinha que fazer mais coisa juntos”. Mas hoje é muito orgânico, sabe, Babi? A gente pensa numa iniciativa, e isso que é o legal da diversidade, a gente se provoca entre si. Então, se eu penso numa iniciativa, eu tenho que considerar que eu preciso ter pessoas negras. Se eu tô falando de mulheres, eu tenho que considerar que eu vou falar das mulheres negras também. E aí, hoje mesmo... nossa, hoje aconteceu uma reunião do Empodera e a gente trouxe uma das pessoas do Empodera contando sobre uma iniciativa que ela tá fazendo na sua área, e essa pessoa trouxe que para o critério de seleção dessa iniciativa, que é uma iniciativa de desenvolvimento de mulheres, pra esse critério de seleção do grupo, ela considerou 50% de mulheres negras. Então a gente tem uma iniciativa pra mulheres em que 50% do público é de mulheres negras. A mesma coisa acontece pro Negrow, né, Rô? Na parte da mentoria também super foi considerado, mas eu queria até que fosse mais.

[Rodolfo]
Com certeza, Babi. Eu costumo falar também que as pessoas que são oprimidas, elas também podem oprimir, e sistemas como o machismo, o sistema como o racismo são sistemas opressores, e a gente, como oprimido, a gente também pode oprimir. Então a interseccionalidade ela é fundamental para o avanço dessa agenda. Não adianta a gente falar da jornada antirracista, se eu não estou considerando as experiências de mulheres negras. As experiências vivenciadas por mulheres negras são distintas de homens negros, e eu preciso também considerar a questão das pessoas LGBTI+, as experiências de pessoas trans negras, experiências de pessoas mais velhas, de pessoas PCDs, enfim. A diversidade, eu costumo falar que não tem concorrência, é a única jornada que não existe concorrência. Todas as pessoas precisam fazer parte dessa jornada e nós principalmente, como voluntários do grupo de afinidades, a gente precisa ter essa consciência de que estamos num grupo específico, só que falamos de diversidade como um todo, sem fazer nenhum tipo de recorte.

[Carol]
Eu amei esse “a diversidade é um tema que não tem concorrência”, super-real.

[Barbara]
Lindo gente, porque se tem uma das coisas que eu amo e vejo aqui na PepsiCo é, de fato, a relevância que esse tema, que essa pauta de diversidade, equidade e inclusão tem, e, realmente, não tem concorrência, né? Porque todo mundo tá junto nessa jornada, que é uma evolução, assim, que a gente vai ter aí todos os dias, então que bom que estamos juntos e juntas pra fazer a diferença, então, realmente muito, muito, muito legal.

[Rodolfo]
Gostaria de compartilhar, Babi, o Negrow, nós começamos com 10 pessoas, hoje já somos em 122 pessoas, então a cada vez esse número aumenta, pessoas conectadas com esse nosso propósito, então olha a corrente do bem que a gente vem propagando e a gente consegue até expandir para as fronteiras de vida pessoal, a gente sai do mundo corporativo, a gente tem uma ação dentro do Negrow, que se chama Café com Afeto, que é uma ação exclusiva para pessoas que se autodeclaram como pessoas negras, para que essas pessoas contem seus desafios, as suas angústias, as suas dores, para que elas também tenham uma rede de apoio. Então o grupo começou como algo mais voltado para o mundo corporativo e hoje a gente já conseguiu expandir até para a vida pessoal do indivíduo, então isso que eu acho que é fantástico.

E o segundo ponto é: inicialmente essas 10 pessoas do Negrow eram autodeclaradas negras, grande parte delas, hoje não. Hoje a gente tem pessoas autodeclaradas pessoas negras, pessoas autodeclaradas como brancas, pessoas que não são negras ministrando o letramento racial e entendendo a importância dela nessa jornada antirracista, então, realmente, é um movimento fantástico que a gente vem fazendo.

[Barbara]
Ah, não tenho dúvida, na verdade eu tenho vivido e visto isso na prática, então só tenho que realmente dar um superparabéns aí pelo trabalho de vocês, aqui dentro e fora da PepsiCo, então é algo realmente muito legal de ser compartilhado. E esse episódio, como eu falei, ele é muito importante, porque a gente precisa falar sobre isso cada vez mais.

E aí para a gente fechar aqui o nosso PEPcast, eu quero convidar vocês dois também para mais uma coisa, tá, gente? É o nosso quadro aqui, superespecial, que é o Sabor do Conhecimento.

Aqui eu queria muito que vocês indicassem para quem está curtindo, conferindo o PEPcast, alguma coisa, assim, que inspira vocês, e aí pode ser uma série, filme, um livro, uma experiência de vida que vocês passaram... muito mais pra que quem tá aqui curtindo o PEPcast tenha essa inspiração adicional e possa aí também replicar e continuar vivendo aí depois que terminar de conferir aqui o PEPcast.

[Carol]
Olha, Babi, eu não sei se os nossos ouvintes eles gostam de desenho animado, mas eu adoro, e tem um curta-metragem da Pixar chamado Purl, p-u-r-l, em inglês Purl. É muito legal, assim, é um que eu me identifico com a historinha. Eu não vou dar “spoiler” para o pessoal buscar depois, mas é uma transformação que eu mesmo passei na minha vida pessoal, então busquem e vejam e depois a gente comenta aí.

[Barabara]
Amei! E você, Rodolfo?

[Rodolfo]
Babi, tem um livro que eu adoro esse livro, ele chama “Pequeno Manual Antirracista”, ele é da escritora, filósofa e ativista Djamila Ribeiro. Nesse livro, ela compartilha 11 lições breves para que a gente possa entender as origens do racismo e como que a gente pode combatê -lo. Então todas as pessoas, independentes elas se autodeclaram como negros ou não, é realmente um manual para que de fato a gente use no nosso dia a dia para que a gente possa combater essa jornada antirracista.

Tem um site do Mover, na verdade tem um desafio do Mover, que as pessoas, os ouvintes, elas podem se conectar através do site bora mover, tudo junto, .com.br. Boramover.com.br. Nesse desafio do Mover nós temos a oportunidade de refletir sobre o racismo, identificar e reconhecer privilégios, entendendo como que eles impactam negativamente na vida de pessoas negras, para que de fato a gente possa ir além da teoria, combatendo vieses, preconceitos e estereótipos. Então todo mundo: boramover.com.br.

E tem um poema, um trechinho de um poema, chamado “Ainda assim eu me levanto”, que todas as vezes em que eu leio essa estrofe, ela me faz seguir em frente. Ela diz: “para além de atrozes noites de terror me levanto, rumo a uma aurora deslumbrante me levando, trazendo as oferendas dos meus ancestrais, portanto eu sou o sonho e a esperança do escravo”. Então esse problema, para mim, da Maya Angelou, ele é fantástico, ele é um combustível para que eu possa ir continuar a luta dos meus antepassados.

[Barbara]
Uau, gente, quanta indicação maravilhosa. Espero que quem tiver aqui curtindo o PEPcast aproveite muito também. Não só o episódio, mas também como todas as indicações. E, assim, Carol, Rodolfo, muito obrigada mesmo por vocês terem topado participar aqui do PEPcast, falando sobre diversidade, equidade e inclusão, sobre os grupos de afinidade que a gente tem aqui, como eles transformam a nossa estratégia e a nossa história como profissionais, como pessoas também, enfim. E é muito legal, como eu falei, ver que a PepsiCo tem essa intencionalidade, que a gente de fato tem se dedicado aí às metas que são importantes para a nossa estratégia e para o nosso negócio, e que a gente reconhece todos os nossos desafios para atingir essa meta. E, como eu falei, é uma jornada que a gente vai viver todos os dias, que bom que estamos juntos e juntas para fazer isso acontecer.

Só para fechar, só queria fazer esse complemento e dizer que foi muito bom estar aqui hoje com vocês. Nosso bate-papo foi muito leve, foi muito didático também, e dá para ver o quanto os grupos de afinidade são exemplos maravilhosos de diversidade na prática. Carol, obrigada por você ter compartilhado com a gente a sua jornada, a sua história, suas percepções também. E, Rodolfo, muito obrigada mesmo também pela sua participação, por trazer tanta inspiração aqui para a gente. Tenho certeza que vocês dois vão fazer muita diferença para todo mundo que conferir aqui esse episódio. Muito obrigada.

[Carol]
Obrigada, Babi. Obrigada pelos ouvintes!

[Rodolfo]
Obrigada, Babi, obrigado, Carol, obrigado ouvintes. Estamos juntos e juntas nessa jornada.

[Barbara]
E eu te convido a seguir nossos perfis nas redes sociais. É @PepsiCo no LinkedIn e PepsiCo Brasil nas outras redes. E para saber sobre as nossas oportunidades e conferir as nossas vagas abertas, é só entrar no nosso site de carreiras PepsiCo Jobs. E é isso, a gente se encontra no próximo episódio. Tchau, tchau!

Criadores e convidados

Barbara Viana Vio
Apresentador
Barbara Viana Vio
Employer Branding & Culture Lead - PepsiCo
Caroline Pimentel
Convidado
Caroline Pimentel
Gerente de produtividade da PepsiCo e líder do grupo Empodera
Rodolfo Machado
Convidado
Rodolfo Machado
Gerente de manufatura na PepsiCo e líder do grupo Negrow
A Força dos Grupos de Afinidade
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